Ninguém sabe o que se passou na cabeça de Almerindo. Pegou a primeira pedra que encontrou e atingiu aquele rapaz em cheio, sem nenhum motivo aparente. A vítima, que passava de bicicleta, caiu sangrando. Devido ao ato insano, ocorrido em 1981, Almerindo foi preso por lesão corporal leve.
O fato é real e está na curta ficha criminal de Almerindo Nogueira de Jesus. Além desse delito, ele cometeu apenas outra lesão corporal na vida inteira. A sua prisão teria sido algo aceitável não estivesse detido até hoje, 31 anos depois do crime. Pior. Está jogado num lugar sem qualquer condição de abrigar um ser humano.
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Invisível aos olhos do mundo, Almerindo é apenas um entre os 122 internos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCT) da Bahia. A unidade prisional, localizada na Baixa do Fiscal, em Salvador, foi alvo de uma vistoria recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que resultou em um relatório ao qual o CORREIO teve acesso.
Na vistoria, realizada em julho, a equipe do CNJ constatou graves problemas estruturais, déficit de médicos e técnicos e a permanência no local de presos que tiveram suas medidas de segurança cumpridas há tempos. Além de contar com fotos que expõem a precariedade física do HCT, o relatório chega a listar o quadro penal de alguns internos.
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